sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Sem Tecnologia não há Soberania

Sem tecnologia não há soberania. Isto implica numa mudança de cultura, de governança e de prioridades. A solução para os problemas brasileiros e da Petrobras não podem ser comprados lá fora, esta é a regra numero um do desenvolvimento do país (e de qualquer país), mesmo num mundo globalizado. A falsa crise pela qual estamos passando pode ser superada rapidamente se as energias, a criatividade e o amor à Petrobras, dos petroleiros, forem liberados.
Muitos defendem que o desenvolvimento é mera questão de recursos financeiros, sendo este o principal discurso da antecipação da produção dos campos de petróleo. Este discurso leva aos leilões, às formas de contratação acelerada de consórcios e “parceiros” internacionais, aos desinvestimentos, e às transferências de atividades específicas e tradicionais da Petrobras para terceiros. Cria também as condições para os oportunistas, as negociatas e malfeitos.
O pior resultado desta versão da doença holandesa é o desvio estratégico do papel relevante da Petrobras, como agente do desenvolvimento industrial e tecnológico nacional, em bases soberanas, e da melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. A Petrobras tem que manter sua atuação como empresa de energia, que transforma o combustível fóssil na oportunidade do desenvolvimento de uma matriz energética limpa e ecológica, bem como atuar de forma responsável socialmente pelo desenvolvimento sustentável dos municípios onde atua, através do desenvolvimento da indústria de capital nacional como consequência das parcerias com as Universidades. Existe um descompasso na visão estratégica que tem sido construída ao longo dos anos, de uma Petrobras que age como se fora uma multinacional estrangeira dentro do Brasil.
O Conselho de Administração é o local onde a estratégia pode ser reconstruída de forma criativa, tanto para dentro da Petrobras, como para os órgãos que complementam a política do petróleo.
Em relação às denúncias, mais do que punir exemplarmente os envolvidos, precisamos rever os processos internos, valorizando a transparência, a participação dos petroleiros e uma redefinição dos poderes dentro da empresa.
A plataforma de atuação é vasta e o fato do representante dos trabalhadores ser minoritário em nada diminui o poder de influência sobre estas decisões que afetam diretamente nossas vidas.



Um comentário:

  1. Parabéns pelo artigo. O desenvolvimento independente passa pelo desenvolvimento tecnológico. Abraços.

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