Meninos e Meninas,

Fui consultado, e aceitei submeter meu nome para concorrer ao CA - Conselho de Administração da Petrobrás. O pleito iniciará, em primeiro turno, amanhã, dia 10 de janeiro.

Sem entrar em detalhes de como temos nos sentido, como Petroleiros e Brasileiros, nestes tempos recentes, percebi que nos fizeram - e nos deixamos ficar - acabrunhados. Precisamos nos mexer. Mostrar ainda mais a cara. Aceitar o desafio, sair e somar neste embate!

Confesso (e os mais chegados sabem): nunca me atrevi a ser candidato em atividades político-partidárias. Por conta de minha mineirice, porém, sempre estive na luta. Daí, permito-me resgatar e tomar como farol desta caminhada a ideia nascida e curtida num Cenpes que ainda tinha cabeça erguida, orgulho do que fazia, e, consequentemente, peso político e estratégico em nossa querida Petrobras e no Brasil. Dizíamos a plenos pulmões:

Sem Tecnologia Não Há Soberania!

Precisamos reagrupar! Nos fortalecer, avançar e voltarmos a ser protagonistas deste desenvolvimento doméstico e de tecnologias com a nossa cara. Novas jazidas, novos horizontes, novos desafios, novos problemas. Acredito que nossos problemas valem muito para serem distribuidos graciosamente a terceiros! Tais problemas são parte da oportunidade que nos é dada para crescer, pois já trazem embutidas suas próprias e inovadoras soluções.

Este espaço real para um crescimento sólido, com base tecnológica e científica, há algum tempo, vem sendo transferido para fora da empresa e do país. Primeiramente de modo sorrateiro e mais recentemente de modo formal! Nossos excelentes profissionais vêm sendo limitados em suas ações e transformados em pilotos de contrato. A burocracia consome nossas forças. Vemos apenas a busca pelo resultado imediato. Ações apenas em gestão e controles não fixam nem disseminam o saber!

Urge retomar intimidade com essa engrenagem, pois só assim usufruiremos de seus frutos, de direito e de fato. O aprendizado e a experiência oriundos dessas novas oportunidades precisam ficar na empresa e no país. Caso contrário, será mantida a prática de comprar “caixas pretas”, perpetuando a espiral negativa onde os mesmos continuarão a se beneficiar de nosso acabrunhamento. Isso, não permitiremos!

Sinto que é hora. É preciso fazer algo. Das Gerais, os poetas Beto Guedes e Ronaldo Bastos, em Canção do Novo Mundo alertam:

"Já choramos muito, muitos se perderam no caminho, mesmo assim não custa tentar uma nova canção... Quem perdeu o trem da história por querer saiu do juizo sem saber, foi mais um covarde a se esconder diante de um novo mundo..."

Tenho também clareza de que algo resultará positivo apenas se estivermos juntos, organizados e fortes nesta frente de luta. Dos Saltimbancos, Chico Buarque,nos diz:

“Todos juntos somos fortes não ha nada a temer!”

Contar com vocês: um privilégio.

Ter esta chamada multiplicada a muitos mais companheiros lado a lado: será emocionante!

Beijão a todos

Ney Robinson